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Identidade latino-americana

Que lições a história nos proporciona?


Por Adriana Bitencourt Bertollo em 24/06/2019 | Direito Internacional | Comentários: 0

Tags: Internacional.

Identidade latino-americana

No artigo de estreia como Professora Colunista do IBIJUS, comentamos rapidamente os prós e contras da realização de um mestrado no exterior. Foram abordadas questões como conciliar a vida acadêmica com as atividades profissionais, além de vivenciar novas culturas, em nosso caso, a cultura do “muy hermoso” Uruguai. Mas o que a história tem a nos dizer sobre a formação de uma real identidade entre os países latino-americanos?

Recentemente, tivemos a oportunidade em contribuir com um pequeno ensaio científico, aceito para publicado na edição do primeiro semestre de 2019, da Revista Interação, periódico de divulgação acadêmico-científica, na área de Relações Internacionais, a cargo da Universidade Federal de Santa Maria.

Nesse breve ensaio, abordamos a formação da identidade internacional de Brasil e Argentina, durante os diversos períodos históricos: desde a época do Brasil-Império, Proclamação da República, início do século XX, primeira e segunda guerra mundial, período pós-guerra, redemocratização, implementação do Mercosul e o atual século XXI.

De tudo exposto no citado ensaio científico, resultou mais curioso compreender que a nossa “identidade” internacional sempre esteve mais afeiçoada com o “velho mundo” europeu, especialmente durante o período monárquico e, a partir do século XX, com os Estados Unidos.

A mera presença da Monarquia no Brasil, durante o Império, apesar da pobreza do povo brasileiro, atraso, escravidão e distanciamento geográfico do continente europeu, era suficiente para embasar o distanciamento de nossos “hermanos”. O reinado português, em terras de pau-brasil, levava a crer que nosso país era diferenciado dos demais países da América do Sul, como se estivesse em um patamar mais elevado.

Com a Proclamação da República, em 1889, inicia-se timidamente a formação de uma identidade latino-americana, mais voltada a uma consciência das necessidades dos países da América do Sul. Entretanto, durante o período entre as duas grandes guerras, ocorreu o fortalecimento da parceria do Brasil em relação aos Estados Unidos e, a partir do fim da segunda guerra, com a nova reconfiguração do mundo em dois blocos, e com a expansão do imperialismo norte-americano, houve uma certa frustação das expectativas da política externa brasileira, que via os EEUU como  grande parceiro.

Devido a alinhamentos políticos e ideológicos diferentes entre Brasil e Argentina, a real integração sempre padeceu de algumas hostilidades, até que, juridicamente, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, alinhou o propósito de buscar a integração econômica, política, social e cultural entre os povos latinos, “visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”.

Toda essa análise, até o advento do Mercosul, é importante não apenas no âmbito do Direito Internacional, mas na vida econômica e política do país, já que o Direito sofre umbilicalmente influência das decisões políticas. A história pode e dever pautar, sim, decisões cruciais ao país. Como disse Eduardo Galeano “a história é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi, e o contra o que foi, anuncia o que será”.

 

REFERÊNCIAS

BERTOLLO, Adriana Bitencourt. Etapas históricas na formação da identidade internacional de Argentina e Brasil. Revista Interação, UFSM, vol. 10 (1) 2019.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Ibijus


Sobre o autor

Adriana Bitencourt Bertollo

Doutoranda em Sociologia pela UFPel. Mestre em Direito das Relações Internacionais, UDE, Uruguai. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho; Direito Processual Civil e Gestão Pública. Autora de artigos jurídicos. Advogada Pública Municipal desde maio/2005.


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