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Adquirir conhecimento por meio e no trabalho


Por Andréa Silva Rasga Ueda em 23/07/2019 | Advocacia | Comentários: 0

Tags: Gestão do Departamento Jurídico, Gestão da Equipe, Gestão Jurídica, Liderança.

 

Já abordei o tema da desconformidade no ambiente de trabalho: pensar e agir de formas diferentes, não seguindo padrões e procedimentos impostos, nos faz, efetivamente, usarmos nosso lado cerebral, além de nos permitir sermos verdadeiramente humanos, que sentem e interpretam de formas variadas.

Nesse ambiente de variantes e variações de raciocínio e formas de encarar problemas ou situações e poder expor essas diferentes opiniões encontramos um espaço onde o conhecimento, a ânsia por mais e os ensinamentos estão constantemente fluindo, dando energia, fluidez e, consequentemente, criando um real campo com mais equilíbrio, salutar e de bem-estar, tudo o que procuramos num espaço social de trabalho.

Sempre fui favorável a todas as formas de se disseminar conhecimento no ambiente de trabalho, quer seja por estímulos diretos para que os funcionários busquem se aperfeiçoar, tais como cursos in company; custeio de parte de cursos externos pela corporação; disponibilização de programas de treinamentos multidisciplinares na intranet corporativa; criação de “universidades” internas; quer seja por meio de estímulos indiretos, onde cada gestor, conversando com os funcionários de sua equipe (ou mesmo de outras), traz ideias de melhorias, cria metas ou desafios, propõe mudanças de postos de trabalho (parciais ou em definitivo), enfim, foca no lado humano e faz os colaboradores verdadeiramente refletirem, por eles, como podem aproveitar melhor o tempo para ampliar seus conhecimentos.

Estudos regulares, como graduação, pós-graduação, cursos de especialização ou extensão ou seminários e cursos de custa duração são meios mais que bem-vindos para que os funcionários realizem a expansão de seus conhecimentos, técnicos e pessoais; mas os estímulos para que possam, no dia a dia, aprender sempre mais, em qualquer sentido, creio sejam os meios mais fáceis e simples que uma corporação pode disponibilizar, desenvolver e colocar em prática. Seus funcionários ficarão felizes, você aperfeiçoa sua mão de obra interna, reduzindo a necessidade de buscar novos colaboradores ou substituir aqueles que entende não capacitados, e todos ganham.

Pensando nisso, um gestor pode fazer a diferença em sua equipe com simples gestos, tais como, buscar textos/sites relacionados a temas afetos às atividades dos colaboradores e da corporação; ou novos temas que possam estimular a interrelação entre áreas, por exemplo, buscar mecanismos de um jurídico entender mais de temas contábeis ou financeiros.

Nessa linha, o gestor que exerce um verdadeiro papel de liderança, pode, ainda que sem orçamento: promover bate-papos entre áreas, alinhando pautas e rotinas curtas (meia hora) com o gestor de outra área para essas trocas de conhecimento; levantar material, como disse, afeto à sua área de gestão, e distribuir ao seus geridos, criando um filtro prévio dos motivos e das finalidades da sua leitura, até mesmo estimulando os debates prévios a respeito do tema; criar rotinas de novos desafios para a equipe, sugerindo temas para pesquisas de forma a melhorar a performance dos seus membros.

O que não se pode é ficar à mercê das iniciativas do departamento de Recursos Humanos para que a promoção e a disseminação do conhecimento sejam feitas em momentos pontuais, nem mesmo aguardar que uma verba orçamentária seja destinada e destacada para realização de cursos ou eventos/seminários para os funcionários.

O líder que, efetivamente, vê valor no ser humano que trabalha com ele, busca meios para enriquecer esses seres de conhecimentos e manter uma sinergia boa na equipe, de modo a que todos saiam ganhando (e não me refiro a recursos financeiros) na experiência de trabalho.

Nunca é demais frisar que o ativo humano é imprescindível e sem ele não temos corporações ou sociedades. Temos que valorizar aqueles que trabalham conosco, quer dando espaço para que se manifestem (como já falei em artigo anterior sobre a discrepância de ideias e posicionamentos aos pretensos padrões), quer abrindo caminhos para que adquiram conhecimentos ampliados em suas áreas ou novos, em áreas das quais e pelas quais se interessem.

Sem aprendizado ninguém cresce; se ele vier pelas mãos daqueles com quem passamos a maior parte de nossas vidas profissionais, a saber, nossos chefes, gestores, parceiros, colegas de trabalho, e dentro do dia a dia de trabalho, de forma constante, sem imposição, fluída, estimulante, prazerosa, tenho certeza de que estaremos contribuindo para um ganho na qualidade de vida dos colaboradores e, consequentemente, para uma melhor ambiência laboral, sem que tenhamos que investir massivamente em pesquisas de clima ou cursos padronizados ou pasteurizados, cansativos e, por vezes, custosos.

O sorriso do funcionário ao ser ouvido e saber que está aprendendo será o retorno diário que a corporação e os líderes terão, sem que tenham que aguardar pesquisas de avaliação. Basta se esforçar e ser um pouco criativo para que melhorias constantes sejam implementadas, sem custos e sem imposição.

 

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Ibijus


Sobre o autor

Andréa Silva Rasga Ueda

Bacharel (1993), Mestre em Direito Civil (2009) e Doutora em Direito Civil (2015), todas pela USP, atuando como advogada desde 1994, tendo atuado até 2006 em escritórios próprio e de terceiros (médio e grande portes), com grande experiência no consultivo e contencioso civil (especialmente em contratos), comercial, societário (elaboração de atos societários de Ltdas. e S.As, de capital aberto e fechado; participação em M&A, IPOs, Private Placement), bem como em transações imobiliárias e questões envolvendo mercado de capitais e compliance. De 2007 até 2018 criei e gerenciei departamentos jurídicos de empresas nacionais e transnacionais. Atualmente atuo como consultora jurídica corporativa e como diretora jurídica na startup de geração distribuída Sunalizer, com atuação nacional e internacional. Forte experiência no regulatório de energia e GD, de 2007 a 2012 e 2018-atualmente, de mercado de capitais e de construção de torres para suporte às antenas de empresas de telecomunicações (desde 2013). Professora da Escola Superior da Advocacia (ESA-SP), entre 2001 e 2002, na matéria de Prática em Processo Civil, bem como assistente de professor na matéria Direito Privado I e II, na Faculdade de Direito da USP, durante o ano de 2007. Especializações: Consultivo civil/empresarial (Contratos) e societário; M&A e atuação em estruturações de operações financeiras; mercado de capitais; regulatório de energia e telecomunicações. Meu site é: deaalex.wordpress.com. CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/6450080476147839


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