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Os gestores jurídicos, suas equipes e os clientes internos

Alinhamento e entrosamento imprescindíveis


Por Andréa Silva Rasga Ueda em 04/06/2019 | Advocacia | Comentários: 0

Tags: Gestão do Departamento Jurídico, Gestão da Equipe, Gestão Jurídica, Liderança.

 

Na esteira do tema a respeito das metas, importante ponto que tem destaque no mundo corporativo e que impacta diretamente na atuação do gestor jurídico diz respeito à forma como ele se conduz e, como o faz e permite que sua equipe o faça, perante os demais departamentos ou áreas da corporação, o que comumente chamamos de “clientes internos”.

Sim, porque não adianta querermos desenhar e planejar metas que são buriladas em conjunto, no seio da equipe jurídica, sem que as mesmas se falem com as metas ou necessidades dos nossos clientes internos: seria mais do que algo egocêntrico e sem sentido, uma atitude desconexa, descompassada da realidade da corporação e, acima de tudo, imatura.

Nesse sentido, imprescindível que o gestor jurídico saiba e conheça muito bem o que seus clientes internos precisam, quais suas fragilidades, suas carências em termos de melhorias de procedimentos, antecipando-se a possíveis questões que desaguarão em algum problema para que o jurídico solucione depois, de forma mais cara e demorada.

E, para isso, a sugestão é manter-se uma rotina de conversas entre o gestor jurídico e os demais gestores da corporação, por meio de rodadas em periodicidade a definir, para se mostrar e expor o jurídico, dar ouvidos aos clientes e lhes apresentar alternativas e soluções para potenciais conflitos que sequer eles mesmos sabiam que se avizinhavam.

Proatividade, espírito de equipe e pertencimento (o gestor jurídico é parte de uma grande engrenagem que deve estar azeitada para rodar bem), parceria, engajamento em temas diversos, dê-se o nome que se queira dar: eu resumo como boa prática na atividade de gestão e um pé nas atividades de liderança, olhando para a frente, buscando alternativas novas para situações antigas, tapando o buraco antes mesmo dele vir a existir.

Sou fã incondicional do Kaizen, em linhas simplistas, a terminologia japonesa para o processo de melhoria constante. E para que possamos ter equipes engajadas e motivadas, que busquem cada vez mais a excelência, a alta performance, atingir as metas, o ciclo deve estar virtuoso: conhecer os clientes, suas necessidades, seus processos, refletir sobre os nossos, azeitar todos, criar cronograma para aplicar, testar e fechar cada ciclo.

Pessoas não são máquinas: não se pode automatizá-las. Mas se pode, sim, mostrar (e aí vem um tema passado, o do exemplo do gestor) que existem caminhos (muitas vezes não fáceis, não simples, mas desafiadores, motivadores) possíveis para se seguir para que tragamos excelência, elidamos as falhas, almejemos a alta performance.

O entrosamento entre o gestor jurídico e os demais gestores das áreas internas da corporação é imprescindível e deve ser exercido de tal forma que seus geridos passem a ver que devem ter igual postura de parceria e não dar respostas “jurídicas” desconexas da realidade do cliente interno, não aplicáveis por serem herméticas demais (inteligíveis apenas para os juristas), sem pesar as necessidades e interesses desses clientes, enfim, sem ter calçado seus sapatos...

Saiba falar a língua de seu cliente interno, seja parceiro, seja duro, mas flexível (vergue-se sem quebrar), não coloque o não antes de pensar, ponderar e refletir sobre o que lhe pedem. Não menospreze a capacidade de seu cliente interno. Muitas vezes são eles que nos trazem as soluções, apenas temos que ajustá-las juridicamente. É nosso papel!

O gestor jurídico é uma das figuras chaves em uma corporação: conhecer as regras, os potenciais riscos, ter diplomacia para equilibrar as conversas e discernimento para saber dar os conselhos, dar sua avaliação de riscos e concluir com a posição jurídica que melhor se adeque para o andamento dos negócios.

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As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Ibijus


Sobre o autor

Andréa Silva Rasga Ueda

Bacharel (1993), Mestre em Direito Civil (2009) e Doutora em Direito Civil (2015), todas pela USP, atuando como advogada desde 1994, tendo atuado até 2006 em escritórios próprio e de terceiros (médio e grande portes), com grande experiência no consultivo e contencioso civil (especialmente em contratos), comercial, societário (elaboração de atos societários de Ltdas. e S.As, de capital aberto e fechado; participação em M&A, IPOs, Private Placement), bem como em transações imobiliárias e questões envolvendo mercado de capitais e compliance. De 2007 até 2018 criei e gerenciei departamentos jurídicos de empresas nacionais e transnacionais. Atualmente atuo como consultora jurídica corporativa e como diretora jurídica na startup de geração distribuída Sunalizer, com atuação nacional e internacional. Forte experiência no regulatório de energia e GD, de 2007 a 2012 e 2018-atualmente, de mercado de capitais e de construção de torres para suporte às antenas de empresas de telecomunicações (desde 2013). Professora da Escola Superior da Advocacia (ESA-SP), entre 2001 e 2002, na matéria de Prática em Processo Civil, bem como assistente de professor na matéria Direito Privado I e II, na Faculdade de Direito da USP, durante o ano de 2007. Especializações: Consultivo civil/empresarial (Contratos) e societário; M&A e atuação em estruturações de operações financeiras; mercado de capitais; regulatório de energia e telecomunicações. Meu site é: deaalex.wordpress.com. CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/6450080476147839


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