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Departamentos jurídicos inchados

Olhar direto para uma melhor gestão


Por Andréa Silva Rasga Ueda em 27/05/2019 | Advocacia | Comentários: 0

Tags: Gestão do Departamento Jurídico, Gestão da Equipe, Gestão Jurídica.

Departamentos jurídicos inchados

 

Aproveitando que falei sobre equipes jurídicas em textos anteriores, há um importante tema para os jurídicos corporativos que, às vezes, é visto como um tabu: o inchaço desses departamentos.

Ainda há, nos dias atuais, em que se fala em maior produtividade, em otimização de equipes, em controle de orçamento, em gestão humana na ponta, enfim, uma sorte de elementos diferentes impulsionando a necessidade de um controle maior sobre o capital humano, na medida em que existem, ainda, departamentos jurídicos corporativos que mais se assemelham a departamentos de órgãos públicos: com pessoal estável em seus cargos, que não podem ser demitidos ou que, para serem, devem ter feito um arsenal de erros que dificilmente ocorrerão, que são tratados como se fossem intocáveis. E isso, mais uma vez, tem o dedo, ou melhor, a ausência de, no mínimo, uma mão completa dos seus gestores.

Fingir que não vê para não dar trabalho; delegar para outrem a tarefa de amiúde fazer o acompanhamento dos trabalhos desses advogados; controlar a produtividade meramente numérica e não qualitativa e não dar os devidos retornos em razão da ausência de qualidade; não saber pari passu quem é quem, o que faz, por que, para que e como, enfim, não estar nem aí para a equipe.

Pode não ser geral, em grande maioria, mas existem por aí tais gestores, e o pior, presidentes de empresa cegos a isso, não por culpa sua (até porque, os presidentes não devem descer nas minúcias, apesar de alguns o fazerem...), mas porque os gestores de departamento jurídico os fazem ver apenas o que querem que vejam.

Numa empresa no seu nascedouro (as chamadas startups) isso não se vê. Muito ao contrário. O controle de pessoal é rígido, até porque, o que se quer é performance humana e mais com menos. Justo ou não, ao menos é transparente.

Em empresas maiores e com mais tempo de vida, a facilidade de se cair numa rotina dessas, de inchaço humano em equipes jurídicas, é maior, mas, reitero, só se mantém por conta de ausência de um olhar mais atento por parte de gestores jurídicos...

E, para piorar, ainda existem aqueles departamentos jurídicos corporativos que, para além de inchados de forma atabalhoada e desnecessária, terceirizam para advogados externos (sem qualquer desmerecimento aos advogados externos) atividades relevantes, que deveriam estar internalizadas, por preguiça ou pelo que já mencionei em texto anterior – para que qualquer queixa para com o trabalho seja igualmente terceirizada (não fui eu quem fiz, foi o externo!).

Esse caldo gera a cultura dos braços curtos, da preguiça, da fraqueza mental, do desinteresse, do mais do mesmo, da letargia, tudo ao que me referi em textos anteriores

Acredito que vale repensar isso, não?

 

 

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Ibijus


Sobre o autor

Andréa Silva Rasga Ueda

Bacharel (1993), Mestre em Direito Civil (2009) e Doutora em Direito Civil (2015), todas pela USP, atuando como advogada desde 1994, tendo atuado até 2006 em escritórios próprio e de terceiros (médio e grande portes), com grande experiência no consultivo e contencioso civil (especialmente em contratos), comercial, societário (elaboração de atos societários de Ltdas. e S.As, de capital aberto e fechado; participação em M&A, IPOs, Private Placement), bem como em transações imobiliárias e questões envolvendo mercado de capitais e compliance. De 2007 até 2018 criei e gerenciei departamentos jurídicos de empresas nacionais e transnacionais. Atualmente atuo como consultora jurídica corporativa e como diretora jurídica na startup de geração distribuída Sunalizer, com atuação nacional e internacional. Forte experiência no regulatório de energia e GD, de 2007 a 2012 e 2018-atualmente, de mercado de capitais e de construção de torres para suporte às antenas de empresas de telecomunicações (desde 2013). Professora da Escola Superior da Advocacia (ESA-SP), entre 2001 e 2002, na matéria de Prática em Processo Civil, bem como assistente de professor na matéria Direito Privado I e II, na Faculdade de Direito da USP, durante o ano de 2007. Especializações: Consultivo civil/empresarial (Contratos) e societário; M&A e atuação em estruturações de operações financeiras; mercado de capitais; regulatório de energia e telecomunicações. Meu site é: deaalex.wordpress.com. CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/6450080476147839


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