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A humanização na gestão

Fazendo a gestão por meio do exemplo


Por Andréa Silva Rasga Ueda em 20/05/2019 | Advocacia | Comentários: 0

Tags: Gestão do Departamento Jurídico, Gestão da Equipe, Gestão Jurídica.

A humanização na gestão

 

Capacidade de empolgar. Esse tema foi extraído de um texto bem interessante, escrito por Gustavo Leme, Head de RH, e publicado no aplicativo LinkedIn, em 26 de maio de 2016.

Em interessante analogia feita com letras de músicas e comportamento do cantor Jair Rodrigues, o texto aborda, fundamentalmente, a “capacidade de alegrar, contagiar e mover pessoas”.

Dentre as atribuições de um bom gestor jurídico está a de motivar seus subordinados. Faz parte, até mesmo, das atividades educacionais, às quais já me referi em nos artigos anteriores.

Mas, realmente, não é usual encontrarmos gestores/chefes jurídicos com tal interesse. No geral, buscam motivar pelo temor, pela imposição de suas ideias, pela sobreposição de poder ou de títulos, em suma, acreditam que motivação é algo imposto pelo bendito temor reverencial.

Não sei se é resultado da formação jurídica, muito tradicional, por óbvio legalista, atrelada à forma, onde se permite o uso do poder argumentativo, mas dentro de certos limites, onde o uso da criatividade é restrito e, por decorrência, os verbos contagiar e alegrar, por vezes, passam ao largo das atividades dos juristas.

Entendo que isso é mais evidenciado nos escritórios de advocacia, onde o universo humano é 80% composto por juristas; mas, no mundo corporativo não é muito diferente, apesar da diversidade de perfis profissionais, pois o departamento jurídico, no geral, é visto como uma área fechada, burocrática, tradicional e formalista.

E aí é que os gestores jurídicos devem se esmerar em fazer diferente: voltarem-se ao conhecimento de cada um dos seus geridos e, entendendo os seus perfis, interesses pessoais e profissionais, capacidades existentes e a desenvolver, afinidades e diferenças, habilidades pessoais, enfim, os de seus respectivos perfis humanos (todos somos multifacetados). Somente com essa mescla de ingredientes conhecidos teremos uma aproximação tal que permitirá, sim, devolver na medida aproximada (pois medida certa é algo discrepante do mundo das ciências humanas) a tão falada motivação.

Essas atitudes são garantia de pleno sucesso da equipe? Logicamente não. Mas trarão, no mínimo, o laço de confiança que se exige como partida inicial entre chefe e funcionários e, daí, o pontapé para se buscar insuflar alegria e contagiar as pessoas de modo a que, cada qual, dentro de suas capacidades, limitações, interesses e vocações se esmere em fazer bem o que deve fazer, amar o que faz e fazer com amor o que lhe é dado a fazer.

Enfim, motivação não se compra em livros de administração e gestão de pessoas e não se entrega por meio de meras palavras; se dissemina por meio de atos e de atitudes bem alocadas e bem calculadas, não de forma matemática, mas, sim, com base no fator que importa, o humano.

Converse com seus geridos. Não conversas amenas, superficiais, artificiais ou, como costumo falar, estéreis. Para ser mais do que um mero gestor de processos, tarefas e metas – e aqui vai um tópico para outras colunas – temos que nos aprofundar no querer extrair dos seres humanos que atuam em nossas equipes sua verdadeira empolgação.

Atitudes e não meras palavras. Dê o exemplo. O retorno positivo é certo.

 

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Ibijus


Sobre o autor

Andréa Silva Rasga Ueda

Bacharel (1993), Mestre em Direito Civil (2009) e Doutora em Direito Civil (2015), todas pela USP, atuando como advogada desde 1994, tendo atuado até 2006 em escritórios próprio e de terceiros (médio e grande portes), com grande experiência no consultivo e contencioso civil (especialmente em contratos), comercial, societário (elaboração de atos societários de Ltdas. e S.As, de capital aberto e fechado; participação em M&A, IPOs, Private Placement), bem como em transações imobiliárias e questões envolvendo mercado de capitais e compliance. De 2007 até 2018 criei e gerenciei departamentos jurídicos de empresas nacionais e transnacionais. Atualmente atuo como consultora jurídica corporativa e como diretora jurídica na startup de geração distribuída Sunalizer, com atuação nacional e internacional. Forte experiência no regulatório de energia e GD, de 2007 a 2012 e 2018-atualmente, de mercado de capitais e de construção de torres para suporte às antenas de empresas de telecomunicações (desde 2013). Professora da Escola Superior da Advocacia (ESA-SP), entre 2001 e 2002, na matéria de Prática em Processo Civil, bem como assistente de professor na matéria Direito Privado I e II, na Faculdade de Direito da USP, durante o ano de 2007. Especializações: Consultivo civil/empresarial (Contratos) e societário; M&A e atuação em estruturações de operações financeiras; mercado de capitais; regulatório de energia e telecomunicações. Meu site é: deaalex.wordpress.com. CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/6450080476147839


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